Celso Moraes/PMSS.Arquivo

Missa celebra 20 anos do restauro da Igreja Matriz de São Sebastião



Postado em: 29/06/2021


No final da década de 90 e inícios dos anos 2000, a Igreja Matriz de São Sebastião, símbolo de fé católica e patrimônio histórico do povo caiçara, padecia com sérios problemas estruturais e assim foi interditada. O teto tinha risco de desabar. Numa ação conjunta entre Igreja, Prefeitura, Petrobras e Volkswagen (patrocinadores por meio da Lei Rouanet), em 2001 o prédio histórico foi restaurado. Nesta quarta-feira (30/6), às 19h30, o padre Alessandro Coelho, atual pároco da Igreja, celebrará missa comemorativa dos 20 anos do restauro.

Na época foi elaborado um projeto de restauro e realizada uma grande obra que teve inicio nos anos 2000. O projeto teve por objetivo trazer de volta a fachada do prédio de 1819, a recuperação dos madeiramentos estruturais como as colunas da nave, telhado, elétrica, troca da esquadrias, restauro dos altares laterais  e reconstituição do altar mor . A pintura foi realizada com cal pigmentado nas cores encontradas após pesquisa arqueológica.

Esse trabalho resgatou a história da construção do prédio, assim como revelou a existência de ossadas de pessoas enterradas no século XVIII debaixo do piso da igreja. Segundo o arqueólogo Wagner Gomes Bornal, que acompanhou a obra, era comum que pessoas fossem enterradas na igreja. Com as escavações também foram encontrados sinais do piso construído no século XIX e marcas na parede identificando antigas janelas. E foi durante a reabertura de três janelas na capela-mor, que haviam sido fechadas em reforma anterior provavelmente realizada na década de 1920, que foram encontradas valiosas imagens sacras do século XVII.

As peças são de terracota, pintadas, e representam o primeiro período da igreja. Das seis imagens encontradas, quatro estão em bom estado de conservação e são passíveis de restauro – uma delas, a de Santa Luzia, está datada – 1652. As outras imagens são: uma Nossa Senhora com menino, um Santo Antônio e um santo "Bispo", ainda desconhecido. Também foram encontrados fragmentos de um Cristo crucificado e de uma imagem de São Sebastião. Atualmente, essas imagens sacras encontram-se na Capela de São Gonçalo, onde funciona o Museu de Arte Sacra

História

Em 1603 e 1609, com a doação das terras localizadas em frente à Ilha de São Sebastião (Ilhabela) aos sesmeiros, foi cedido um terreno ao santo padroeiro local para ser erguida uma capela. Ainda no século XVII, a igreja foi construída com pedra, cal de conchas e óleo de baleia, em estilo jesuítico com composições renascentistas, moderadas e regulares, imbuídas do espírito severo da Contrarreforma. O frontão reto, triangular, mostra a transição entre o Renascimento e o Barroco, e a capela-mor - mais estreita - é o modelo mais comum no Brasil colonial.

A primeira grande reforma ocorreu em 1819, custeada com recursos locais. Há registro de intervenções também na segunda metade do século XIX. No século XX, mais intervenções ocorreram quando foi substituído o altar-mor e a madeira por alvenaria. A matriz ganhou vitrais em 1950 e três anos depois os altares laterais foram trocados por altares de marmorite e gesso. As modificações continuaram até 1992 quando foram demolidos os altares de cedro.

*Pesquisa: site www.turismosaosebastiao.sp.gov.br - Edificações Históricas / Igrejas e Capelas

 



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