Andressa Rodrigues é jornalista e apaixonada por viagens. Sempre que pode, coloca a mochila nas costas e parte para um novo destino. O marido é seu grande companheiro de aventuras, mas ela também encara desafios sozinha. Fazer amigos de todo canto do mundo, treinar o inglês e colecionar boas histórias são suas realizações favoritas.
Postado em: 14/02/2020
Andressa Rodrigues
Era meado de julho de 2018. Meu marido chega em casa após o trabalho e diz: “Vou ter uma semana de folga em agosto. Vamos viajar!”. Esse convite aos meus ouvidos sempre soa como um “Te amo, meu amor”. Mas antes mesmo de eu perguntar para onde, ele já se antecipou: “Quero ir ao Peru conhecer Machu Picchu, Cusco e uma montanha chamada Colorida”.
Esse roteiro todo já traçado veio graças aos comentários do Rikio, um amigo do trabalho. Rikio havia ido com a família para Cusco e voltou encantado. Pegamos, então, todas as dicas possíveis com ele e rapidamente organizamos a viagem.
Mas antes mesmo de ir, senti a ansiedade tomar conta de mim. Li tanta coisa na internet sobre o “mal da altitude” que desembarquei em Cusco muito receosa. A cidade mais alta que eu já tinha ido era Campos do Jordão, a 1.620 metros. Cusco está a 3.399 metros acima do nível do mar; Machu Picchu, 2.430. Mas o pior (para minha mente ansiosa) era onde meu marido estava fascinado em conhecer: Montanha Colorida - 5.200 metros de altitude!
Até então nunca tínhamos ouvido falar da montanha. Numa rápida pesquisa online descobrimos que, atualmente, é um dos lugares tão visitados quanto Machu Picchu. Graças a fotos postadas nas redes sociais, a Montanha Colorida (ou Rainbow Mountain, Montaña de Colores e Apu Winicunca, nome real) ficou famosa. Tudo por conta das suas surpreendentes camadas de cores que lembram um arco-íris.
Em Cusco, fechamos um pacote com uma agência de turismo para ir à montanha. Uma van nos pegou por volta das 4 da manhã no hotel. Winicunca fica na cidade de Pitumarca, cerca de cem quilômetros de Cusco. O passeio todo, com ida e volta, dura um dia inteiro.
O visual até lá é um espetáculo à parte. Você passa por vales e montanhas cobertas de neve, vilarejos que parecem perdidos no meio do nada e estradas sinuosas que ficam cheias de transportes de turistas. Já na entrada de Winicunca você ouve o burburinho dos aventureiros, todos ávidos por vivenciar aquela experiência.
Para alcançar o pico da montanha (e ver as cores) é necessário caminhar por cerca de cinco quilômetros. Pouco, porém desafiador. É que já na entrada você está a pouco mais de quatro mil metros de altitude. O caminho não é tão íngreme, mas o ar rarefeito deixa tudo mais cansativo e pesado. Não é à toa que há cavalos “táxis” a disposição para quem não consegue fazer toda a travessia.
A visão daquelas centenas de pessoas indo em direção ao pico lembra uma peregrinação. Cada um segue seu ritmo, pois a cada quilômetro a caminhada vai ficando mais difícil, especialmente para quem nunca esteve a tão altas altitudes (como eu). Meu erro foi ter me impressionado com as coisas que li na internet, pois já fui com medo, ansiosa, mas decidida a testar meus limites. Só que chegou uma hora que disse para o meu marido seguir sem mim.
Quando alcancei os cinco mil metros, parei. Faltavam apenas uns vinte para atingir o pico, mas esse trecho final é uma subida bem puxada. Não tinha mais forças. Estava exausta, cansada e feliz ao mesmo tempo, pois mesmo de longe consegui ver a tão esperada parte colorida da montanha.
Mas você deve estar se perguntando: como uma montanha pode ter tantas cores? Segundo fontes locais, é devido aos diversos minerais e sedimentos que a compõe. Porém a formação das camadas levou muitos e muitos anos para ficarem do jeito que estão hoje. É realmente algo impressionante de se ver de perto. Mas o que era um lugar desconhecido até pouco tempo, graças a internet ficou famoso. Tanto que, em 2017, o site Business Insider o incluiu numa lista dos “cem lugares para conhecer antes de morrer”.
Então, se você curte uma aventura, gosta de testar seus limites e tem disposição física, ir a Montanha Colorida não pode ficar de fora no seu roteiro de viagem ao Peru. Claro que Machu Picchu é parada obrigatória, mas também indico Cusco e um passeio pelo Vale Sagrado dos Incas. Em outros posts eu conto como ir a esses lugares. Te garanto que é uma viagem inesquecível!
Ah! Você encontra mais fotos na página do “Por Onde Andei” no Facebook (facebook.com/ondeandei.por) e também no Instagram (@ondeandei.por). Até o próximo destino!