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Vereadores de Ilhabela acatam veto do prefeito a projeto que previa envio de contratos e medições de obras à Câmara



Postado em: 30/05/2018


O veto total do prefeito Márcio Tenório ao projeto de lei 30/2017 foi aprovado com voto favorável de todos os vereadores na sessão da última terça-feira (29/5). O projeto previa o chamado "depósito legal", ou seja, o envio à Câmara, dos contratos e relatórios de obras, serviços e estudos técnicos contratados pela Prefeitura com valor igual ou superior R$ 500 mil.

O autor da matéria, vereador Marquinhos Guti (DEM), disse ter entendido que este não seria o melhor momento para aprovar tal propositura, mas que não descartaria a possibilidade de voltar a discutir a ideia.  Para ele, a medida facilitaria a fiscalização das divergências entre os planos de trabalho e as planilhas aprovadas pela Prefeitura, agindo preventivamente no combate a eventuais irregularidades na execução das obras e dos serviços. “Eu entendi a demanda que o Executivo teria para enviar essas medições para a Câmara. No momento sou favorável ao veto, mas quem sabe podemos voltar com esse projeto futuramente”, ponderou.

O vereador Luiz Paladino de Araújo, o Luizinho da Ilha (PSB), coautor da propositura, falou sobre sua experiência à frente da Secretaria de Obras em relação à disponibilização dos contratos e destacou que tal medida poderia burocratizar os trâmites. “Fui secretário da pasta, conheço a limitação da equipe técnica e hoje com a Audesp (Divisão de Auditoria Eletrônica do Tribunal de Contas), os contratos já ficam à disposição para consulta pública em até 48 horas. Entendo que o projeto preza pela transparência, mas não quero travar o Executivo”, justificou.

O vereador Valdir Veríssimo (PPS) aproveitou a oportunidade para solicitar à Prefeitura que, nas ocasiões em que os vereadores requererem cópias de contratos, que estas sejam enviadas em mídia digital,  desburocratizando o processo. “Fui contrário desde o início da votação deste projeto lá atrás, pois já existe a Audesp e nós sabemos da burocracia que seria a obrigação de enviar todos os contratos para cá. Quando solicitamos algum contrato via requerimento, eles podem ser encaminhados em mídia digital. Muitas vezes recebemos questionamentos e com o contrato em mãos podemos prestar contas”, explicou.

A sessão contou com a presença do prefeito de Ilhabela, Márcio Tenório. A justificativa do veto encaminhado pela Prefeitura destaca que os contratos administrativos celebrados pelo poder público, independente do valor são disponibilizados através do Portal Transparência. “Ademais, a obrigação de remeter os relatórios parciais e finais das obras, dos serviços e dos estudos técnicos, acarretará burocracia desnecessária ao Poder Executivo, visto que todos esses documentos são enviados e auditados pelo Tribunal de Contas”, dizia trecho do documento.

Projeto retirado

O vereador Evandro Alves Rodrigues (PP) retirou da pauta o projeto de lei 2/2018 que dispõe sobre a proibição de cobrança da taxa de religação de energia elétrica e de água, em caso de corte do fornecimento por falta de pagamento. Segundo o parlamentar, existe a necessidade de diálogo com a Prefeitura antes da votação da matéria.

Ele defendeu que esses serviços são essenciais para as pessoas e que a propositura pretende corrigir uma situação injusta. “Uma vez pago o débito pelo consumidor, é obrigação da empresa requerida restabelecer, de imediato, o fornecimento, sob pena de onerar o usuário”, argumentou.

Agilidade na tramitação dos projetos

Os vereadores aprovaram com maioria dos votos, o projeto de resolução 4/2018, de autoria da presidente da Câmara, vereadora Nanci Zanato (PPS), que dispõe sobre o Regimento Interno da Câmara e estipula prazo de cinco dias para elaboração de parecer pela Procuradoria Jurídica, quando solicitado. A proposta tem por objetivo dar mais agilidade à tramitação dos projetos de lei e demais atos. O projeto de resolução recebeu voto contrário do vereador Mateus Pestana (PCdoB). A próxima sessão  será realizada no dia 5 de junho, às 18h.



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