Postado em: 15/02/2018
O prefeito de Caraguatatuba, Aguilar Júnior, assinou, na tarde desta quinta-feira (15), o embargo e paralisação de todas as atividades da Construtora Queiroz Galvão no município, como as obras do contorno e da duplicação do trecho de serra da Rodovia dos Tamoios. O motivo é o desvio de cursos de rios, o que pode ter colaborado com as enchentes em bairros como Pegorelli e Perequê-Mirim.
A medida foi tomada após fiscalização feita por equipes da Prefeitura, inclusive com a utilização de um drone, nos locais chamados de DME (Depósito de Material Excedente), que é licenciado pela Cetesb.
Diante da constatação, o prefeito assinou o embargo e paralisação de todas as ações da Queiroz Galvão desenvolvidas no município. “Essa medida permanece em vigor até que a construtora restabeleça o curso natural dos quatro sistemas hídricos alterados. A população não pode ser prejudicada”, afirmou Aguilar Júnior.
De acordo com a Prefeitura, é possível afirmar que o desvio dos cursos dos rios colaborou para a ocorrência de enchentes no município. Há relatos de pessoas que residem há mais de 40 anos no mesmo local e não sofriam com as enchentes, o que passou a ocorrer após a intervenção da empresa.
Outro lado
A Dersa - Desenvolvimento Rodoviário S/A, por meio de nota, afirmou que "o embargo promovido pela Prefeitura Municipal da Estância Balneária de Caraguatatuba atinge apenas os depósitos de materiais excedentes (DMEs) utilizados pela Construtora Queiroz Galvão, uma vez que as obras conduzidas por esta construtora ocorrem integralmente no município de São Sebastião".
Cita ainda que em "atendimento à notificação, apenas as atividades que envolvem a deposição de material em DMEs localizados em Caraguatatuba foram paralisadas e, nesse momento, a DERSA analisa com a construtora as próximas medidas a serem adotadas".
A Dersa afirma ainda que, com base no fato de que a instalação dos referidos depósitos foi aprovada pelos órgãos competentes, incluindo autoridades ambientais e a própria Prefeitura de Caraguatatuba, a Companhia descarta a possibilidade de que a implantação do empreendimento tenha afetado o curso dos rios, tampouco colaborado com enchentes.
A Concessionária Tamoios, responsável pelas obras de dupicação da rodovia, informou que a medida não afeta as obras do trecho de serra.
"A população não pode ser prejudicada", afirmou Aguilar Júnior sobre o embargo das obras da Queiroz Galvão