Tartaruga marinha encontrada em lagoa de Guarulhos e tratada no Tamar de Ubatuba será devolvida ao mar



Postado em: 25/05/2017


A tartaruga marinha da espécie Chelonia mydas ou tartaruga-verde que foi encontrada por agentes da Guarda Civil Municipal (GCM) em uma lagoa na região de Lavras, em Guarulhos/SP, e levada para o Tamar de Ubatuba, será devolvida ao mar. A soltura será nesta sexta-feira (26/5).

O caso teve início na última semana de março, quando a GCM recebeu uma denúncia de que uma tartaruga marinha teria sido solta na lagoa por uma pessoa não identificada. A GCM intensificou suas rondas pelo local e no dia 1º de abril o animal foi encontrado na margem da lagoa, podendo ser resgatado.

Após o direcionamento do animal à base da Guarda Ambiental foi realizado contato com o Projeto Tamar em Ubatuba, que identificou o animal e seguiu para o local para o transporte a reabilitação. Ao chegar até a base de Ubatuba, o animal apresentava boa condição corpórea, bons reflexos e estava em estado de alerta, apresentando apenas um leve quadro de desidratação e uma fratura no crânio em processo de cicatrização. Fluidoterapia, suporte vitamínico e antibioticoterapia, bem como coleta de sangue para hemograma e bioquímico foram realizados.

O animal respondeu bem a todo o tratamento e atualmente apresenta um quadro clínico indicado para soltura. O animal será solto nesta sexta-feira dia (26/5), às 10h, na Praia de Ubatumirim, em Ubatuba, região considerada importante área de alimentação para indivíduos juvenis desta espécie.

Esta é a terceira vez que a Base de Ubatuba atende a ocorrências de tartarugas marinhas distantes do litoral. Em 2007, uma tartaruga-cabeçuda foi resgatada de um cativeiro ilegal em São Paulo pela Fiscalização do Ibama. Em 2008, uma tartaruga-verde foi entregue aos cuidados de um Centro de Triagem de Fauna na mesma cidade.

Por serem animais retirados ilegalmente da natureza, não se sabe ao certo a história de cada um. De qualquer forma, vale lembrar que a posse ou transporte de tartarugas marinhas, vivas ou mortas, ou parte destas, mesmo que para fins científicos ou educacionais, sem a documentação exigida por Lei, configura crime ambiental, alerta a coordenadora do Tamar Ubatuba, Berenice Gomes.

O Projeto TAMAR começou nos anos 80 a proteger as tartarugas marinhas no Brasil. Com o patrocínio da Petrobras, por meio do programa Petrobras Socioambiental, hoje o projeto é a soma de esforços entre a Fundação Pró-TAMAR e o Centro Tamar/ICMBio. Trabalha na pesquisa, proteção e manejo das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, todas ameaçadas de extinção: tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea). Protege cerca de 1.100 quilômetros de praias e está presente em 25 localidades, em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso das tartarugas marinhas, no litoral e ilhas oceânicas dos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Ceará, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina.


 
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