Postado em: 04/05/2017
Vereadores de Caraguatatuba criticaram, na sessão da última terça-feira (2/5), a administração da Santa Casa Stella Maris, a quem atribuíram “criar dificuldades” para liberação de vagas de internação. Por sua vez, a entidade afirmou em nota que atende número maior que o previsto. A Prefeitura trabalha na elaboração de um novo contrato com a entidade, que eleva o valor do repasse de R$ 2,3 milhões para R$ 2,8 milhões e prevê novos serviços, ampliação dos leitos e a reabertura do Pronto-Socorro.
Na última sessão da Câmara, vereadores relataram que, na maioria das vezes, a instituição informa não haver leito para internar os pacientes que são atendidos na UPA (Unidade de Pronto Atendimento), porém, após vistoria no hospital constata-se a disponibilidade. O vereador Aguinaldo Pereira da Silva Santos - Butiá (PMDB) citou o caso da família de um paciente que buscou sua ajuda no fim de semana por não conseguir a internação. “Estivemos na unidade e em conversa com a enfermeira chefe rapidamente arrumaram. Falam que não tem vaga, mas se você vai ao hospital já percebe que existem sim os leitos”, declarou o vereador.
Já o vereador Fernando Augusto da Silva Ferreira – Cuiu (PSB) ressaltou que a prefeitura repassou R$ 2,4 milhões à Santa Casa, porém, a irmandade solicita ainda mais R$ 500 mil. “O prefeito se prontificou a terminar a obra inacabada para novos leitos, mas não respondem”, afirmou o vereador.
Já o vereador Francisco Carlos Marcelino – Carlinhos da Farmácia (PPS) criticou a administradora Maria Isabel Rodrigues. “Que trate as pessoas com dignidade, não seja mal educada. O que acontece é um desrespeito com o cidadão dessa cidade”, disse Carlinhos.
Santa Casa
Em nota, a Santa Casa informa que, “conforme contrato firmado com o município, a Casa de Saúde Stella Maris deveria atender 75% de pacientes SUS. Todavia, em função da grande demanda, esse atendimento chega hoje a 92% de pacientes SUS”.
Ainda segundo a assessoria da Santa Casa, “a maioria dos leitos encontra-se ocupada por pacientes SUS. Os leitos vazios são reservados, por lei, para pacientes que farão cirurgias eletivas (agendadas) e para pacientes de urgência e emergência (por exemplo, vítimas de acidentes)”. O hospital informou ainda que está à disposição dos vereadores caso tenham algum tipo de dúvida ou questionamento.
Secretário de Saúde afirma que objetivo é ter “Rede Integrada de Saúde”
A reportagem do Radar Litoral também entrevistou o secretário municipal de Saúde, Amauri Toledo, que falou sobre a relação Prefeitura-Santa Casa. Ele informou que o aditamento do contrato de um ano estabelecido na administração passada entre Prefeitura e Santa Casa termina nesta quinta-feira (4/5).
Desde o início deste ano, a Secretaria Municipal de Saúde e o próprio prefeito Aguilar Júnior (PMDB) têm se reunido com a administração da Casa de Saúde Stella Maris para que um novo contrato seja estabelecido, prevendo novos serviços. A Santa Casa é o único hospital de Caraguatatuba e referência para casos que necessitam de internação.
O secretário Amauri Toledo frisa que a UPA (Unidade de Pronto Atendimento), que recebe verba do Governo Federal, “não é um pronto-socorro” e que sua referência para internações é a Casa de Saúde Stella Maris. “A dificuldade sempre existe desde o momento do fechamento do Pronto-Socorro do hospital, o que foi um grande erro”, avalia.
Neste novo contrato entre Prefeitura e Santa Casa, a proposta prevê a reabertura do Pronto-Socorro, e em um segundo momento, o término da obra de ampliação do hospital, o que aumentará o número de leitos. “O que buscamos é ter uma Rede Integrada de Saúde, desde a atenção básica até média e alta complexidade”, enfatizou o secretário. Ele ressalta, por exemplo, o chamamento de 78 agentes comunitários para o ESF (Estratégia de Saúde da Família) - nova nomenclatura estabelecida pelo Governo Federal para o antigo PSF (Programa de Saúde da Família).
Próximos passos
Conforme informou o secretário municipal de Saúde, o novo contrato entre Prefeitura e Santa Casa deverá prever aumento dos serviços oferecidos, como as cirurgias, e novas especialidades. Além disso, também estabelecerá a reabertura do Pronto-Socorro. “O prefeito é extremamente solidário e solicito às dificuldades da Santa Casa”, frisou Amauri Toledo, que ressalta ainda a importância de abertura de leito para atendimento de psiquiatria.
O repasse de R$ 2,3 milhões atualmente irá subir para R$ 2,8 milhões. O novo contrato está em análise do jurídico da Prefeitura e deve ser assinado nos próximos dias.