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Familiares denunciam negligência médica na morte de paciente no PS de São Sebastião; Prefeitura diz que atendimento foi adequado



Postado em: 02/12/2016


Familiares do auxiliar de limpeza Carlos André dos Santos Fagundes Silva, de 36 anos, acusam o Pronto Socorro de São Sebastião de negligência no atendimento ao paciente, que faleceu nas dependências da unidade, no início da noite de quarta-feira (30). A Prefeitura informou que o atendimento foi adequado. Um Boletim de Ocorrência foi feito na Delegacia e a Polícia Civil vai investigar o caso.

O auxiliar de limpeza esteve no Pronto Socorro por três vezes, segundo a família, com o mesmo quadro: falta de ar, febre e dores no peito e nas pernas.

Na noite da última terça-feira (29), quando esteve no OS pela primeira vez, foi medicado com xarope. Na quarta-feira (30) pela manhã, retornou e a medicação prescrita foi antibiótico e, aparentemente melhor, retornou á sua casa.

No início da tarde, as dores no peito se intensificaram e Carlos foi levado ao Pronto Socorro pelo Samu. De acordo com sua esposa, Dirce Correia da Silva, que o acompanhou, ele ficou no soro com medicação, na observação, sentado em uma cadeira de plástico.

No final da tarde, ainda no soro, o rapaz ainda estava com dores no peito e gelado. “Pedi para medirem a pressão e a febre, mas me informavam que isso era reação dos medicamentos. Ele começou a ter dificuldades na fala e, novamente, pedi ajuda, e ninguém nos atendia. Até ele próprio pediu ajuda”, afirmou a esposa, acrescentando que até outros pacientes solicitaram apoio ao seu marido.

Dirce disse o que marido pediu que ela fosse para casa cuidar do filho de nove anos e voltasse mais tarde, quando os exames de sangue estariam prontos. Em sua residência, em uma das tentativas de ligação para o marido, uma enfermeira atendeu ao telefone e pediu que ela comparecesse ao PS com urgência.

Ao chegar, foi informada que o seu marido havia falecido. Inconformada, ela chamou a Polícia Militar e registrou queixa na Polícia Civil. “Tenho certeza que foi negligência. Se meu marido fosse atendido, poderia estar vivo. Nada vai trazê-lo de volta, mas quero que seja feita justiça e que outras famílias não passem pelo sofrimento que estou sentindo”.

Por determinação da Polícia Civil, o corpo foi encaminhado para autopsia no IML e o laudo da causa da morte deve sair em 40 dias. Carlos André foi sepultado na tarde de quinta-feira (1), no Cemitério Municipal.

Ele residia no Mirante do Itatinga com sua esposa e tinha um filho de nove anos.

Outro lado

Por meio de nota, a assessoria de imprensa da Prefeitura informou que, segundo o Hospital de Clínicas de São Sebastião, “foi dado o devido atendimento de acordo com a queixa do paciente ao adentrar para ser atendido no Pronto Socorro Central”.



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