Postado em: 02/11/2015
A Prefeitura de São Sebastião assegura a continuidade nos tratamentos de quimioterapia na ala de oncologia do Hospital de Clínicas de São Sebastião (HCSS). A garantia foi dada durante entrevista coletiva na tarde de sexta-feira (30), que contou com a presença do secretário de Saúde, Urandy Rocha Leite, o secretário adjunto Marcos Salvador Mathias e Valdir Pereira, diretor do HCSS.
Nos últimos dias, houve várias reclamações sobre a redução no atendimento de quimioterapia em São Sebastião.
A afirmação vem após os atendimentos realizados na cidade como extensão do Hospital São Francisco de Assis, de Jacareí, sofrerem restrições com a redução de recursos por parte do Governo do Estado de São Paulo ao município do Vale do Paraíba.
O Hospital de Jacareí, responsável pela extensão dos atendimentos na cidade, diminuiu o número de vagas para consultas a pacientes de São Sebastião. No início do ano eram 12 vagas, que hoje foram cortadas pela metade para receber os pacientes sebastianenses.
De acordo com o secretário adjunto de Saúde, as seis vagas existentes para a região são uma por especialidade, como ginecologia, urologia, gastro, pele e outras. “Se há mais de um paciente em determinada área, temos de encaminhar para outras cidades, como Guarulhos, Barretos ou Taubaté, entre outras”.
Urandy questionou justamente isso. “Se há vagas e recursos e outras cidades, por que não remanejar os recursos para Jacareí?”.
Vale ressaltar que os pacientes atendidos no São Francisco, fazem a quimioterapia em São Sebastião, mas quem é atendido nas outras cidades, tem de fazer no respectivo município. “É um desgaste com a pessoa e um gasto de recursos”, afirmou Urandy, acrescentando que São Sebastião arca com o transporte dos pacientes das demais cidades do Litoral Norte.
Os serviços do Hospital de Jacareí em São Sebastião e aos pacientes sebastianenses estão condicionados ao aporte financeiro do Governo do Estado a partir dos recursos repassados pelo Governo Federal.
De acordo com o secretário de Saúde, o prefeito Ernane Primazzi está tentando diálogo com o Governo do Estado e cogita levar o problema ao Codivap (Consórcio de Desenvolvimento Integrado do Vale do Paraíba e Litoral Norte), para que não seja prejudicada a oferta no atendimento a pacientes em tratamento.
"A unidade de quimioterapia não vai fechar", afirma Urandy, que revela ainda que o prefeito Ernane estuda possibilidade do município custear as consultas aos sebastianenses. Estima-se que São Sebastião tem um custo mensal de R$ 40 mil com farmacêuticos, enfermeiros, auxiliar de enfermagem e insumos nos serviços que atende pacientes das quatro cidades do Litoral Norte. Cabe ao Hospital de Jacareí o acompanhamento médico aos pacientes e o fornecimento de medicamentos.
Também foi pensado em abrir uma unidade própria de São Sebastião, porém o credenciamento que o Hospital de Jacareí tem para serviços de médio e alta complexidade cabe também ao Estado, que dificulta a abertura de novas unidades credenciadas em razão dos custos.
Atualmente, há 323 pacientes ativos em tratamento em Jacareí, 60 na capital e 63 em outras cidades do interior.
A Unidade de Quimioterapia foi instalada no HCSS em 2008, como aporte do Hospital São Francisco de Assis de Jacareí, que é credenciado para atendimentos de média e alta complexidade. Em novembro de 2009, o prefeito Ernane Primazzi inaugurou uma nova ala de quimioterapia em São Sebastião com o dobro de capacidade.
Rateio
Sobre a possibilidade de um rateio do custeio entre os quatro municípios do Litoral Norte, Marcos Mathias acredita que não é um processo simples. “Há que se estudar toda a questão jurídica e elaborar um plano de trabalho, entre outros aspectos. Isso leva pelo menos seis meses”, previu o secretário adjunto.