Ministro do Meio Ambiente diz estar otimista com novo governo da Ilha para o saneamento e pede união de prefeitos em regionalização do lixo



Postado em: 30/12/2020


Em entrevista ao Jornal da Morada (Rádio Morada FM 95,5), na manhã desta quarta-feira (30/12), o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, que participava de uma reunião com o prefeito eleito de Ilhabela, Toninho Colucci (PL), no arquipélago, disse estar otimista com o novo governo em relação ao saneamento básico no município. Ele novamente criticou o fato da Ilha ter recebido R$ 1 bilhão em royalties e continuar com bandeiras vermelhas nas praias. Salles também falou sobre a necessidade de união dos prefeitos da região para a questão do lixo, o que inclui a destinação final.

“De fato, muito animadora a conversa com o prefeito eleito Toninho Colucci. Ilhabela é uma joia do Litoral Norte, assim como todas as cidades do litoral, todas tem suas belezas e características, mas que são fustigadas por esse problema da falta de saneamento. Ilhabela ontem com diversas bandeiras vermelhas, praias imprópria para banho, num paraíso como este. Isso é inadmissível para uma cidade que este ano recebeu R$ 1 bilhão em royalties. No que esse dinheiro está sendo gasto? Tem que ser gasto naquilo que é de importância maior para a sociedade, a coleta e tratamento de esgoto, na proporção e na formas necessárias, sem exagero em requisitar tecnologias que sejam supérfluas, mas por outro lado não abrindo mão de nada que seja essencial. Toda a Ilha tem que ser contemplado com um sistema equilibrado”, declarou o ministro. Em 2019, durante a abertura da Semana Internacional de Vela de Ilhabela, ele já havia criticado o governo municipal em relação à condução dos investimentos em saneamento.

O prefeito eleito Toninho Colucci disse que o compromisso nos quatro anos é a “universalização do saneamento, 100% das casas com água tratada e coleta e tratamento de esgoto”.

Regionalização do Lixo

O ministro do Meio Ambiente também falou sobre o lixo das quatro cidades do Litoral Norte, que há anos segue para cidades do Vale do Paraíba. “Da mesma maneira a destinação, a coleta seletiva, os resíduos sólidos no litoral são problemas históricos, que precisam ser resolvidos. Me lembro que desde a época que fui secretário de Meio Ambiente aqui no Estado que havia um projeto de aterro sanitário em Caraguatatuba. Hoje, o lixo sobe a serra lá pra Jambeiro. É uma vergonha você subir a serra, gastar dinheiro para mandar resíduo lá pra cima, se você pode ter um sistema adequado aqui mesmo na região. Isso barateia o processo, torna mais eficiente, mais abrangente”, avaliou Ricardo Salles, na entrevista.

Ainda sobre o lixo regionalizado, o ministro falou sobre as tecnologias. “Dependendo do volume coletado, há viabilidade de outras tecnologias. O problema do litoral, pela sazonalidade, região que oscila muito. Na temporada aumenta substancialmente e no outro período mais reduzido. Normalmente, essas tecnologias mais avançadas como gaseificação, a própria incineração do resíduo, exigem um volume maior diário. Isso vai permitir essas novas tecnologias. Aqui, precisamos de uma campanha firme de coleta seletiva em todos os municípios, que diminui bastante o volume. A reutilização de produtos para outras finalidades, gestão inteligente de resíduos sólidos”, completou.

Salles garantiu que as cidades do Litoral Norte terão apoio do Governo Federal no programa Lixão Zero, que conforme explicou, prevê  modelos adequados de transbordo, transporte, coleta seletiva e destinação. “Se centralizarmos naquela ideia original em Caraguá, teremos no Litoral Norte o volume para uma tecnologia melhor. Ganha o meio ambiente, a sociedade, gera emprego, gera energia”, enfatizou o ministro.  “Importante que os novos prefeitos se engajem no programa Lixão Zero, que tem recursos e instrumentos para ajudar nesta solução. Fizemos avanço nos estados do sul. Acabamos com lixões este ano em Rondônia. É preciso um alinhamento em torno de uma ideia comum, um consórcio”, concluiu.

Em 2019, durante visita a Ilhabela, Ricaro Salles criticou a falta de saneamento (Foto: Radar Litoral)



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