Radar Litoral
Postado em: 26/10/2019
Uma menina de 11 anos, que morava no bairro Umuarama, em Ubatuba, morreu na última quinta-feira (24/10) de desnutrição após ser mantida em cárcere privado. Ela chegou a ser socorrida à Santa Casa, mas não resistiu. A Polícia Civil de Ubatuba prendeu, na última sexta-feira (25/10), a mãe e o padrasto - indiciados por tortura seguida de morte. A garota chegou a ficar três dias em jejum.
A mãe e o padrasto da vítima foram à delegacia para registrar um boletim de ocorrência, onde relataram os fatos que supostamente teriam gerado a morte da criança. De acordo com a nota da polícia, em um trabalho conjunto com o IML, o delegado determinou que investigadores acompanhassem o exame necroscópico realizado na vítima, pois havia suspeita de que o motivo da morte seria "inanição" (é um estado em que a pessoa se encontra extremamente enfraquecida por falta de alimentos ou por deficiência na sua assimilação sendo efetivamente constatada pelo médico legista)
Constatado o fato, padrasto e mãe foram conduzidos a delegacia. Segundo a polícia, a mãe confessou que obrigava a vítima a jejuar como forma de punição, "e neste último ato criminoso obrigaram a criança a jejuar por três dias, por ter mentido". O casal recebeu voz de prisão em flagrante pelos crimes de tortura seguida de morte, sequestro e cárcere privado e abandono intelectual.
Conforme o depoimento à polícia, a prática do jejum era imposta pelo padrasto como punição à garota e ao irmão dela. O jejum estaria relacionado à convicções religiosas do padrasto. O irmão da menina, de apenas 8 anos, foi encaminhado ao Conselho Tutelar.
