"Operação Círculo Vicioso": delação aponta que ex-chefe de Gabinete recebeu dinheiro de contrato fraudulento



Postado em: 23/08/2019


A participação da ex-chefe de Gabinete da Prefeitura de Ilhabela, Juliana Louro, na “Operação Círculo Vicioso” refere-se ao recebimento mensal de R$ 4.375,00 mensais provenientes de contrato superfaturado no Porto de Santos, de acordo com o relatório feito pelo delegado da Polícia Federal, Eduardo Alexandre Fontes. A sua defesa nega qualquer envolvimento no caso.

Juliana, atual esposa do ex-prefeito Márcio Tenório, foi presa temporariamente na manhã de quinta-feira (22), em sua casa.

Segundo o empresário Mário Jorge Paladino, preso na primeira fase da operação, denominada “Tritão”, a ex-chefe de gabinete faz parte de um grupo de três mulheres que recebeu, de janeiro a outubro do ano passado, o valor mensal de R$ 4.375,00. O pagamento, comprovado com depósitos em conta, foram interrompidos com a prisão do delator, que fez acordo com o Ministério Público Federal.

O repasse, de acordo com as investigações, ocorriam a partir da empresa MC3 para digitalização de documentos, contratada por meio de processo licitatório fraudulento. O dinheiro era repassado para sua conta pessoal, a pedido de André Nogueira, que seria assessor do deputado federal Marcelo Squassoni, considerado o principal articulador do esquema.

Juliana Louro foi candidata a vice-prefeita em 2012, a deputada federal em 2014 e a prefeita em 2016, sempre pelo PTB. Desde agosto do ano passado era secretária de Governo e chefe de Gabinete do então prefeito Márcio Tenório, afastado do cargo pela Câmara e também a pedido da Polícia Federal.

Comprovante de transferência do delator para a conta de Juliana 

Defesa

Na tarde desta quinta-feira, o Radar Litoral conseguiu contato com o advogado da ex-chefe de gabinete, Dr. Anthero Mendes. Segundo ele, sua cliente desconhece a questão e nega as acusações. O advogado estava em audiência na cidade de Santos e espera ter acesso aos autos para conhecimento por completo das investigações.

A Operação

Foram expedidos, pela 5ª Vara da Justiça Federal de Santos, 21 mandados de prisão temporária e 24 mandados de busca e apreensão nas cidades de Ilhabela, São Paulo/SP, Santos/SP, Guarujá/SP,  Bragança Paulista/SP, Serra Negra/SP, Duque de Caxias/RJ e Fortaleza/CE. A prisão de Juliana Louro é por cinco dias e ainda não há informações sobre qual seria seu possível envolvimento nas irregularidades. 

Com base em elementos de prova obtidos quando da deflagração da Operação Tritão, depoimentos prestados em colaboração premiada e diante de informações fornecidas por membros da atual diretoria da empresa, a PF detalhou e esclareceu as fraudes inicialmente investigadas, além de outras que permaneceram sendo executadas mesmo após a prisão de alguns membros da organização criminosa.

Os prejuízos causados à empresa e aos cofres públicos superam, nesta etapa, a cifra de R$ 100 milhões.

Aos investigados estão sendo imputados os crimes de organização e associação criminosa; fraude a licitações e corrupção ativa e passiva, sem prejuízo de eventuais outras implicações penais que possam surgir no decorrer das investigações.

 



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