Polícia Civil conclui inquérito sobre morte da modelo Caroline Bittencourt em naufrágio; marido é indiciado por homicídio culposo



Postado em: 17/08/2019


A Polícia Civil de São Sebastião concluiu, na última sexta-feira (16/8), o inquérito do caso da morte da modelo Caroline Bittencourt, vítima de um naufrágio ocorrido no dia 28 de abril deste ano durante uma tempestade no Canal de São Sebastião. Caroline e o marido, o empresário Jorge Sestini, estavam em uma lancha que afundou durante o vendaval. Ele foi indiciado por homicídio culposo, já que durante a investigação foi constatado que teria ignorado os alertas de mau tempo emitidos pela Marinha e também pela própria garagem náutica. 

O delegado do 1º Distrito Policial de São Sebastião, Dr. Vanderlei Pagliarini, encaminhou à justiça o relatório final do inquérito nesta sexta (16/8). No dia 6 de maio, ele já havia determinado o indiciamento do marido da modelo Caroline Bittencourt, o empresário Jorge Sestini, por homicídio culposo. O empresário foi interrogado e indiciado por precatória, isto é, quando reside em local distante daquele em que tramita o inquérito. 

Na ocasião, o Radar Litoral teve acesso aos depoimentos do proprietário da marina onde a lancha ficava guardada e do pescador que resgatou o empresário. No depoimento à polícia, o proprietário da marina localizada no Pontal da Cruz, em São Sebastião, contou que alertas de mau tempo foram emitidos e enviados ao empresário. Ele disse que, antes mesmo da saída da lancha, alertou o empresário sobre a previsão de tempestade.

O dono da marina afirmou no depoimento que também alertou outras embarcações que estavam no mar e que no meio da tarde notou que três não tinham retornado. Ainda no depoimento, ele conta que às 15h37 daquele domingo encaminhou uma mensagem que recebeu via whatsapp sobre o vento que já provocava estragos em Itanhaém, no Litoral Sul.

Segundo o proprietário da marina, neste momento, o empresário informou que estava no Canal de São Sebastião e que chegaria às 17h30. Percebendo que a embarcação não tinha retornado, emitiu nova mensagem às 17h15 avisando da situação crítica já no Canal de São Sebastião, contudo, já não teve resposta de Jorge Sestini. Na manhã de segunda-feira, a esposa do proprietário da marina foi à Delegacia da Capitania dos Portos para comunicar que a embarcação não havia retornado e obteve a informação sobre o naufrágio e do desaparecimento de Caroline Bittencourt.

Também no depoimento, o proprietário da marina salientou que a embarcação possuía os materiais de salvatagem – colete e boia circular – exigidos pela Marinha. Além do desrespeito aos alertas de mau tempo, o indiciamento ocorre pelo fato de não terem utilizado tais materiais de salvatagem, o que é obrigatório.  

O pescador e marinheiro que resgatou o empresário Jorge Sestini próximo à Praia das Cigarras, na Costa Norte de São Sebastião, também prestou depoimento à polícia nesta segunda-feira. Ele contou que se dirigia de Ilhabela para São Sebastião em uma lancha de 48 pés e, quando desacelerou devido às ondas, ouviu os gritos de socorro do empresário. Por mais meia hora, ele seguiu à procura da modelo, mas sem sucesso.

O caso

O corpo da modelo Caroline Bittencourt, 37 anos, foi encontrado por pescadores no dia 29 de abril (segunda-feira), próximo à Praia das Cigarras, na Costa Norte de São Sebastião, e levado por uma lancha do Grupamento de Bombeiros Marítimos (GBMar) ao Porto de São Sebastião, de onde seguiu para identificação no IML (Instituto Médico Legal). Ela estava desaparecida desde o dia 28 (domingo), quando caiu da embarcação em que estava no mar em Ilhabela durante o vendaval.

No momento em que o vendaval começou, Caroline estava em uma embarcação de 17 pés, que seguia do Saco da Capela, em Ilhabela, para o Pontal da Cruz, em São Sebastião, e acabou caindo. O Grupamento de Bombeiros Marítimos do Litoral Norte (GBMar) e a Delegacia da Capitania dos Portos em São Sebastião - Marinha do Brasil realizaram buscas pela modelo desde a noite de domingo. Conforme informações do GBMar, o marido da modelo se jogou no mar mas não conseguiu encontrá-la. Lanchas e helicópteros também participaram da operação de busca.



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