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O delegado da Polícia Federal responsável pelas investigações da Operação Prelúdio II, Carlos Roberto de Almeida, afirmou que, além do afastamento, foi pedida a prisão preventiva do prefeito de Ilhabela, Márcio Tenório, de dois secretários e três diretores, o que não foi acatado pela Justiça. A afirmação foi feita durante coletiva sobre a Operação, no final da manhã desta terça-feira (14), na sede da Polícia Federal em São Sebastião.
Presente na coletiva, o delegado Gilberto Antônio de Castro Júnior, destacou a participação do 20º Batalhão da Polícia Militar do Interior na operação.
Além do prefeito, a PF havia pedido a prisão e o afastamento do atual secretário de Saúde, Osvaldo Julião, do advogado geral do município, Vinícius Julião, do presidente da Comissão de Licitações, Fernando Ubirajara, do diretor administrativo e financeiro da Secretaria do Meio Ambiente, Valdemir Oliveira Almeida, e o coordenador de resíduos sólidos, Antônio Ganasevici Teixeira.
Os policiais federais também estiveram na Câmara Municipal. De acordo com nota do Legislativo, foram apreendidos documento no gabinete do vereador Gabriel Rocha e documentos, HD de computador e notebook no gabinete do vereador Cleison Guarubela. A Câmara informa que os trabalhos legislativos continuam normalmente, inclusive com a realização da Sessão Ordinária nesta terça (14), às 18h, e a Sessão de Julgamento de quarta (15), às 10h.
O prefeito compareceu à sede da Polícia Federal pelo fato de, em sua casa, os policiais encontrarem uma caixa com 10 munições irregulares. Na saída, ele disse que irá se inteirar do processo para se pronunciar.
Tenório deixa a sede da PF, onde prestou depoimento após policiais encontrarem munição irregular em sua casa
Investigações
As investigações se concentraram na contratação emergencial de uma empresa para a realização dos processamentos de resíduos de podas e folhas e da construção civil pelo valor de R$ 16.496.400,00 por um período de seis meses. Isso ocorreu após a empresa anterior rescindir de forma amigável o contrato anterior de R$ 5.362.912,88, valor corrigido, por um ano.
De acordo com o delegado, houve indícios de fraude de licitação, superfaturamento e pagamento de propina, inclusive com a participação do prefeito.
Diante disso, foi pedida a prisão do empresário responsável pela empresa, que também estaria ligado com a “Operação Torniquete”, que investiga crimes semelhantes em São Sebastião. Também foram presos a proprietária de uma loja de veículos de Caraguatatuba e um policial militar, que seria o “laranja” e repassava o dinheiro aos envolvidos.
“As investigações indicam que o empresário financiou clandestinamente a campanha de eleição do atual prefeito e, em troca, recebeu um contrato superfaturado como pagamento e também com lucro razoável”, afirmou o delegado.
Carlos de Almeida informou que foram apreendidos documentos, HDs de computadores, celulares e R$ 105.100,00 e U$ 500,00 em espécie.
Todos os envolvidos serão intimados a prestar depoimento no decorrer dos próximos dias.
A Operação
Cerca de 90 policiais federais cumpriram diversos tipos de mandados e notificações em Ilhabela, São Sebastião, Caraguatatuba e Santo André. A Polícia Militar Estadual participa da operação no apoio à prisão de um policial militar, também investigado.
Foram cumpridos 21 mandados de busca e apreensão (em residências e gabinetes), três mandados de prisão preventiva, seis mandados de afastamento da função pública, inclusive do prefeito de Ilhabela, Márcio Tenório e uma de medida cautelar diferente da prisão.
Prefeitura
Por meio de nota, a Prefeitura informou que “com relação à Operação Prelúdio II, deflagrada na manhã desta terça-feira, pela Policia Federal, a administração de Ilhabela informa que cumprirá a determinação judicial e colaborará com as investigações”.
Também informa que manterá as providências cabíveis para manter os serviços públicos prestados dentro da normalidade.
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