Após Justiça expedir mandado de prisão temporária, indiciado por assassinato do arquiteto Wesley Santana se entrega à polícia



Postado em: 06/11/2018


O guarda patrimonial R.d.S., 46 anos, vulgo "Kero-Kero", indiciado no último dia 31 pelo crime de latrocínio (roubo seguido de morte) no caso do assassinato do arquiteto e ex-policial militar Wesley Augusto Santana, conhecido como Lelo, 39 anos, se entregou à polícia por volta da meia-noite desta terça-feira (6/11). A Justiça havia expedido durante a tarde, a pedido da Polícia Civil, o mandado de prisão temporária contra o indiciado. O crime aconteceu no dia 6 de outubro. 

Conforme havia informado o delegado do 1º Distrito Policial de São Sebastião, Dr. Vanderlei Pagliarini, à reportagem do Radar Litoral, equipes da Polícia Civil o procuravam desde às 17h de terça-feira, incluindo os endereços fornecidos por sua advogada. O indiciado já era considerado foragido quando se entregou. 

Nesta quarta-feira (7/11), R.d.S. deve permanecer na Delegacia de São Sebastião e, em seguida, irá para uma cela reservada na Delegacia de Caraguatatuba. As investigações do caso continuam, incluindo sobre a participação de uma segunda pessoa no crime. A princípio, de acordo com o delegado Dr. Vanderlei Pagliarini, a prisão de "Kero Kero" é por 30 dias. 

O arquiteto e ex-policial Wesley Santana foi assassinado em sua casa, no bairro Varadouro, em São Sebastião, na madrugada do dia 6 de outubro. Ele ocupava o cargo de chefe da Divisão de Obras Particulares da Prefeitura.

De acordo com o boletim de ocorrência, a esposa da vítima disse que dormia em seu quarto no piso superior e seu marido estava na sala, no térreo. Na madrugada, ouviu dois fortes ruídos e, com medo de descer, chamou um vizinho. O vizinho foi até a casa e encontrou o arquiteto caído no sofá com ferimentos na cabeça. A Polícia Militar e o resgate foram acionados e foi constatado o óbito no local.

Foram levados dois telefones celulares e a arma do arquiteto. Lelo foi presidente do Rotary Club de São Sebastião e é ex-policial militar. Atualmente, ocupava o cargo de chefe da Divisão de Obras Particulares da Prefeitura. Ele era casado e tinha duas filhas.

O indiciamento

Em entrevista exclusiva ao Radar Litoral, no último dia 31 de outubro, o delegado do 1º Distrito Policial de São Sebastião, Dr. Vanderlei Pagliarini, informou que o guarda patrimonial R.d.S., 46 anos, vulgo “Kero Kero”, foi indiciado pelo assassinato do arquiteto. “Elementos seguros no inquérito indicam como o autor do crime”, informou o delegado, A participação de uma segunda pessoa no crime é investigada, mas ainda não há dados conclusivos, conforme relatou o delegado à reportagem, na ocasião.

No dia 31, R.d.S., que é servidor público na Prefeitura de São Sebastião, foi interrogado novamente e formalmente indiciado pelo crime de latrocínio (roubo seguido de morte). O acusado – que estava acompanhado de uma advogada - permaneceu calado e disse que somente se manifestaria em juízo. No dia 8 de outubro, ele já havia sido ouvido e negou o crime.

Sobre elementos que levaram ao indiciamento, Dr. Vanderlei Pagliarini citou que há um conjunto de provas, como imagens de câmeras do COI (Centro de Operações Integradas), de empresas e de residências. “A junção das imagens de câmeras de segurança propiciou à Polícia Civil montar um quebra-cabeça onde se vê o carro pertencente ao indiciado se aproximando do local do crime por volta das 22h20, permanecendo estacionado nas proximidades do prédio do Fórum, de onde se retira às 2h35 do dia 6, o dia da morte da vítima. Câmera de residência mostra um vulto de uma pessoa descendo um barranco no terreno vizinho à casa da vítima por volta de 2h25 e às 2h35 o Jeep Renegade pertencente ao indiciado deixa o local pela contramão”, disse na entrevista do último dia 31. 

O carro foi apreendido pela Polícia Civil uma semana depois do crime em frente a uma oficina em Caraguatatuba. Na perícia foi constatado vestígio de material biológico (sangue humano) após aplicação do reagente Luminol.

O celular também foi apreendido no dia 8, quando o indiciado foi interrogado pela primeira vez. Na ocasião, segundo informou o delegado, foi constatado que vários arquivos tinham sido deletados a partir da data do crime (6 de outubro). No depoimento, o indiciado alegou que o aparelho sofreu uma queda, o que teria apagado os arquivos.

Ainda de acordo com o delegado, o celular foi remetido à perícia da Polícia Federal e peritos conseguiram recuperar os arquivos. Conforme informou, “a análise dos arquivos demonstra claramente a participação neste crime”.

Por telefone, a advogada que acompanhou o indiciado no depoimento à policia disse que não foi constituída para defendê-lo no caso e que não poderia falar sobre o assunto. Contudo, segundo o delegado, a advogada requereu por meio de procuração a cópia do inquérito. 

Em relação à investigação sobre a possível participação de uma segunda pessoa, Dr. Vanderlei Pagliarini salientou que aguarda provas técnicas solicitadas ao setor de investigação da Polícia Civil. Posteriormente, o inquérito será remetido à justiça.

O arquiteto Wesley Santana, o Lelo, assassinado no dia 6 de outubro

 



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