Radar Entrevista: Comandante Sousa destaca união de órgãos para melhoria da segurança

Postado em: //

São Sebastião-28/01/2014 - O capitão de fragata Alexandre Motta de Sousa passa o cargo de delegado da Capitania dos Portos em São Sebastião na próxima sexta-feira (31/1) para o também capitão de fragata Marcelo Sá. O RADAR LITORAL entrevistou os dois para a seção Radar Entrevista. Hoje, na primeira parte, publicamos a entrevista com o Comandante Sousa. Depois de permanecer no cargo por dois, o carioca de 44 anos, assume a Capitania dos Portos do Estado de São Paulo, sediada em Santos.

Fotos: Radar Litoral

Comandante Sousa destacou a parceria da Marinha com órgãos públicos e comunidade em geral

São Sebastião-28/01/2014 - O capitão de fragata Alexandre Motta de Sousa passa o cargo de delegado da Capitania dos Portos em São Sebastião na próxima sexta-feira (31/1) para o também capitão de fragata Marcelo Sá. O RADAR LITORAL entrevistou os dois para a seção Radar Entrevista. Hoje, na primeira parte, publicamos a entrevista com o Comandante Sousa. Depois de permanecer no cargo por dois, o carioca de 44 anos, assume a Capitania dos Portos do Estado de São Paulo, sediada em Santos.Confira os principais trechos da entrevista:  

RADAR LITORAL - Qual o balanço que o sr. faz dos dois anos que esteve à frente da Delegacia da Capitania dos Portos em São Sebastião?
COMANDANTE SOUSA - Acho que minha passagem por aqui foi positiva, não só pela parte de segurança do tráfego aquaviário na região. É visto e notório o quanto conseguimos ampliar nossa capacidade de fiscalização. E positivo também pelo aspecto particular, por essa oportunidade que a Marinha me deu de conviver com a sociedade em si, coisa que quando você está no dia a dia de Marinha é um pouco mais difícil. Aqui tive oportunidade de conviver com prefeitos, órgãos estaduais, municipais e federais, pessoas importantes, imprensa, que não tinha tido contato. Foram dois anos de muito aprendizado. Pela minha parte pessoal, muito mais aprendi do que talvez tenha proporcionado aos municípios envolvidos sob minha jurisdição.

RL - Qual o principal ponto que o sr. destaca no seu trabalho?
CS - A interação que eu consegui fazer com órgãos ambientais, a união com autoridade portuária, com a administração do Terminal Almirante Barroso, com a Sociedade Amigos da Marinha, com clube e entidades náuticas. Hoje a gente conta com apoio de parceiros que nos ajudam a fiscalizar. Você consegue ver uma parceria para tornar a navegação mais segura. Algo positivo foi aproximar a Marinha da sociedade e ter recebido o retorno dessa sociedade em busca de um bem comum, que a segurança de todos.


RL – Por falar em segurança, já existe um balanço parcial da Operação Verão?
CS – A Operação Verão teve início em 14 de dezembro e prossegue até 16 de março. Nas primeiras seis semanas, foram feitas 800 abordagens, 120 notificações, 42 autuações e oito apreensões. Foram abertos três inquéritos e há o registro de uma vítima (colisão de lanchas em Caraguá no dia 2/1). Para se ter uma ideia, as abordagens já são mais da metade do total registrado na operação do ano passado, que foi de 1.133 autuações, que já foi o dobro do ano anterior.

RL - Alguma coisa que o sr. diria que não consegui fazer nesse período.
CS - Várias coisas, o trabalho é muito intenso e sempre tem coisas. Talvez, falando sobre o aspecto de segurança não ter evoluído na criação de um plano de ordenamento dos quatro municípios do Litoral Norte. Não chegamos a evoluir de ter os municípios como parceiros ainda maiores na fiscalização das praias.

Segurança sempre foi uma das preocupações do comandante


RL – A travessia de balsas foi assunto sempre em evidência, com muitas paralisações do serviço. O que pode dizer a respeito?
CS - Foi bom certos acontecimentos, como excesso de ventos e chuvas que aconteceram em 2013. Foi bom para que alertasse também a Marinha para darmos uma atenção ainda maior para a travessia. Até então, quando nada acontece, parece que está tudo maravilhoso. Ninguém vê nada de errado até que algo de errado aconteça. As paralisações alertaram a Marinha para este serviço e tivemos que buscar entender o que estava acontecendo. Encontramos estudos que dizem que há embarcações não apropriadas para travessia com ventos de mais de 20 nós. Começamos a observar que ao longo dos anos, por falta de exigências até por parte do cidadão, o serviço foi degradando e se acostumando com essa qualidade do serviço. E é isso que temos buscado melhorar agora na minha reta final de gestão na Delegacia, Já pude passar, bem ou mal, esse problema para o comandante Marcelo, para que ele continue administrando e quem sabe ao final dos dois anos dele, possamos ter a travessia que nós imaginamos, não só mais segura, mas confortável e prazerosa aos turistas e usuários constantes, que são os moradores locais.

RL - Que mensagem o sr. deixaria para o seu sucesso, o capitão de fragata Marcelo de Sá?
CS - O recado é que tenha muita paciência. O trabalho não tem motivo para tédio, pois temos uma avalanche de assuntos que nos cercam. No começo, até realmente conseguir dominar estes assuntos, você pena um pouco. Muitos dias saindo tarde, estudando um pouco mais, a família sofre. Aí você tem de ter essa paciência de conciliar o trabalho com a exigência da família e ao mesmo tempo a demanda da sociedade, que muitas vezes quer uma resposta rápida. E nem sempre essa resposta pode ser tão rápida assim. Ela tem de ser estudada, com calma, para tomar as providências. Há que se ter paciência e equilibrando as necessidades da sociedade e as necessidades da segurança de cada um. Isso que eu peço para ele: tenha paciência, que um pouco já acostuma. Vai ver o lado bom de ser delegado, de viver no Litoral Norte e aproveitar as suas belezas.


RL - Que recado o sr. deixa para autoridades da região e a comunidade em geral?
CS - A população tem que ser mais focada no assunto mar. Talvez a pessoa por nascer aqui, tem certos hábitos de infância e por não ter sofrido acidentes, não enxerga o problema e os riscos que corre. Peço que deem um voto de confiança às atitudes que a Marinha implementa, como maior fiscalização e maior exigências da travessia. Coisas que não estão sendo feitas de forma aleatória, mas com base em estudos e em ocorrências em outros locais. Também diria a população, que eu sou muito grato. Nestes dois anos que vivi aqui, recebi poucas críticas e as que recebi foram para melhorar o nosso desempenho na Delegacia. Mas me sinto muito grato à população do Litoral Norte, que sempre apoiou as atividades da Marinha e prestigiou as nossas festividades, principalmente as autoridades municipais, estaduais e federais. Isso dá pra gente a garantia que estamos trabalhando juntos, isso que nos interessa. Não estamos aqui para ser um órgão isolado, pensando apenas no aspecto nosso. Estamos aqui para trabalhar junto com a sociedade. E agradeço muito que toda a sociedade tenha nos apoiado ao longo dos dois anos que estivemos aqui.


O próximo entrevistado da seção RADAR ENTREVISTA é o novo delegado da Capitania dos Portos em São Sebastião, capitão de fragata Marcelo Sá.

O futuro e o atual delegado da Capitania, capitães de fragata Marcelo Sá e Alexandre Sousa