Radar Entrevista: Marcos Tenório quer ser candidato a prefeito e promete ampla discussão do Plano…

Postado em: //

São Sebastião-14/03/2014 - Neste mês que São Sebastião completa 378 anos de emancipação político-administrativa, o presidente da Câmara de São Sebastião, Marcos Tenório (PSC), recebeu a reportagem do RADAR LITORAL para uma entrevista onde abordou vários assuntos. Ele confirmou que não será candidato à reeleição e que seu objetivo é disputar a Prefeitura em 2016. Prega a transparência como uma das virtudes de sua gestão e promete discutir, sem pressa, o projeto do Plano Diretor, enviado recentemente à Câmara.

 Fotos: Radar Litoral

São Sebastião-14/03/2014 - Neste mês que São Sebastião completa 378 anos de emancipação político-administrativa, o presidente da Câmara de São Sebastião, Marcos Tenório (PSC), recebeu a reportagem do RADAR LITORAL para uma entrevista onde abordou vários assuntos. Ele confirmou que não será candidato à reeleição e que seu objetivo é disputar a Prefeitura em 2016. Prega a transparência como uma das virtudes de sua gestão e promete discutir, sem pressa, o projeto do Plano Diretor, enviado recentemente à Câmara.

Leia os principais trechos da entrevista exclusiva:

RADAR LITORAL - Qual presente que a sua gestão como presidente dá a São Sebastião?
Marcos Tenório - A ideia, mas não atingimos 100%, foi aproximar a instituição Câmara da comunidade. Transmitimos sessões, reuniões das comissões até para ter envolvimento do munícipe. Quando fazemos reuniões, consultas e não tem a participação da população, ficamos tristes. Acho que o maior presente é a transparência, que tem de existir em qualquer órgão público. Isso é uma das coisas que estamos tentando fazer e vamos conseguir com a TV Câmara.

RL - Alguma coisa que gostaria de ter feito e não conseguiu?
MT - Um dos sonhos e de todos que chegaram à presidência, é um novo prédio da Câmara. São Sebastião já merece um novo prédio, que abrigue todos os vereadores e assessores no mesmo espaço, até porque fica muito mais fácil de administrar.

RL - O sr. tem se reunido com comissão de manifestantes contra o aumento do IPTU. Qual será o resultado destes encontros?
MT - Por mais justo que tentamos ser e falo isso porque tivemos duas reuniões, foram apresentados os valores, a gente foi tentando ser justo. Um projeto como este, reconhecemos que existem algumas injustiças. E isso que a gente se propôs a fazer com as lideranças do movimento, fazer um trabalho alternativo, que tenha um representante de cada bairro para que possa apresentar um resultado paralelo a esse da Prefeitura, talvez corrigindo algumas injustiças. Essa seria a ideia. E estar apresentando para administração num prazo de 45 dias.

RL – Então eventuais injustiças serão corrigidas?
MT - A Câmara não pode apresentar uma revogação de lei. É uma matéria do Executivo, que é questão de receita. Este valor do IPTU já está no orçamento de 2014 e o prefeito abrir mão desta receita não é fácil. Não é tão simples assim. O que o prefeito pode fazer é algumas correções de situações injustas, que podem ser apresentadas individualmente. Não tem muito o que fazer. Talvez não ter reajuste até o final do mandato. Nós vereadores temos responsabilidades sim, ninguém votou sem saber o que estava votando. E se omitir, não ir votar, não é legal. Se quer votar ou não fica a critério de cada vereador. Em nenhum momento houve pressão para se votar a favor ou contra. Cada um votou conforme a sua consciência.

RL - Como será a tramitação do Plano Diretor na Câmara?
MT - Devemos usar os 90 dias de tramitação e até prolongar um pouco mais. Vamos distribuir um CD com o projeto para associações e pessoas importantes para o planejamento da cidade. Vamos fazer três audiências públicas: na Costa Sul, no Centro e na Costa Norte. Acredito que teremos de fazer mais audiências e se for preciso, serão feitas. As audiências serão a partir da 2ª quinzena de maio, porque é o tempo que as pessoas têm para conhecer o projeto e poder apresentar sugestões. São Sebastião tem várias leis de uso do solo, isso tem de ser melhorado. Tem que se rever o limite de moradias, não digo verticalização, mas tem de ter uma maneira de ampliar o espaço para novas construções. Talvez as encostas seja uma solução, para proibir as invasões, liberar os nove metros, sem restrições de 40%, 60%. O Plano Diretor vai ser bem discutido e cabe a cada um fazer o seu papel. A ideia é discutir ao máximo, ver o que pode ser melhorado. Não adianta ter pressa, a Câmara vai fazer o seu papel. Vamos usar os 90 dias e, se precisar, mais. Não são dois meses a mais que vão influenciar. Tem de sair um Plano Diretor bom.

RL - Como está sendo a sua experiência na presidência da Câmara?
MT - Você convive com 150 funcionários, tem de saber administrar o dia a de cada um. Político não pode ser profissional. Estes dois anos vão servir como muita experiência para meu futuro político. Tenho aspiração política no futuro. E toda essa experiência vai valer. Tudo que eu faço gosto de me empenhar, me entregar. Tudo na vida, faço com vontade. Tenho certeza que vou sair com minha consciência tranquila de que fiz o melhor que pude. E acho que dois anos são suficientes para ter experiência. Dois mandatos de vereador e um de presidente estão ótimos. Vou cumprir o meu papel com a cidade de São Sebastião, não preciso mais que isso.

RL - O sr. diz que não será mais candidato a vereador. Quais são suas pretensões?
MT - Com essa experiência de administração, temos a intenção de tomar o rumo do Executivo. Todo político tem de ter este anseio, de tentar crescer. Já fui candidato a deputado federal, mas era só vereador. Agora tenho um papel administrativo e não quero me afastar. Em 2016, não estaremos na Câmara. Estamos tentando viabilizar uma candidatura, avaliando com o grupo. Caso não consiga, tenho certeza que cumpri meu papel no Legislativo, que termina em 2016. Quanto mais pessoas passarem pela Câmara, a cidade tem um ganho político, as pessoas passam a saber o trâmite na Câmara. Não é fácil ser vereador. Como eu digo, você não vê nas ruas o governador, o deputado, o prefeito. Você vê o vereador, que está em contato direto com o povo. Já fiz meu papel no Legislativo e com essa experiência, vou tentar fazer parte do Executivo.

RL - Como é a relação entre Câmara e Prefeitura?
MT - Toda relação com o passar do tempo gera desgaste. Desgaste entre os vereadores, entre prefeito e vereadores. No papel de presidente, existe respeito. A relação com o Executivo é ótima. No trâmite da Casa, seguimos o regimento interno. Há um respeito mútuo. O prefeito Ernane é uma pessoa tranquila, não temos qualquer problema. Meu papel é respeitar a Lei Orgânica, o regimento interno e as leis.

RL - Essa boa relação com o prefeito pode ajudá-lo a ser o candidato da situação?
MT - Todo prefeito quer fazer o sucessor. A gente sabe que existem várias pessoas com pretensões e em algum momento vai ter de definir quem será o candidato da situação. A gente está à disposição, faz parte do grupo, do mesmo partido. Colocarei meu nome á disposição. Ainda temos este ano de eleições estaduais e nacionais. Devemos começar a falar alguma coisa em 2015.

RL - Até que ponto as eleições deste ano interferem nas eleições municipais de 2016?
MT - A eleição de governador deve ter alguma influência regional. Essa influência é o suporte que o governador vai dar para o seu candidato na cidade. Isso tem importância, mas acho que o que vale mais é a pessoa. Muitas vezes o nome do candidato local, vale muito mais.

RL - Qual a principal dificuldade na presidência?
MT - São 11 vereadores e mais o presidente. Cada vereador, como qualquer família, classe profissional, tem seu jeito de ser. Cabe ao administrador saber entender como pensa, como age cada vereador. Na verdade, você tem que criar limites para cada um, colocar a importância que se respeite o regimento, Constituição, Lei Orgânica, mas não é fácil, conversa de um jeito com, mas forte com outro. O mesmo com relação aos funcionários, saber administrar no dia a dia, entendendo a situação de cada um. Se você não tiver o funcionário do seu lado e os vereadores estiverem desorganizados, perde o controle. Isso não é bom para ninguém. Nós demos condições iguais de trabalho a todos os vereadores.

RL - Qual mensagem o sr. deixaria para a população?
MT - Essa década é um momento decisivo, não só para São Sebastião, como para a região. Está prestes a iniciar a obra do contorno, que vai trazer coisas boas e ruins. A cidade tem de se preparar, vai aumentar número de turistas e moradores, mais problemas na saúde, educação e segurança. A ampliação do porto, que vai sair. Essa década é decisiva para gente, ver o que São Sebastião quer. É uma questão de planejamento. Nós temos muito a crescer e lutar para que o crescimento seja organizado. Se for desorganizado, vai trazer transtornos enormes, que depois não consegue recuperar. Quero deixar como mensagem que São Sebastião tem muito a crescer ainda, tanto em turismo, como em porto e qualidade de vida. Nós temos de ter esperança e, com certeza, o Município vai alcançar o seu limite, sempre em harmonia. As amizades têm de voltar a acontecer. Com as brigas, estamos regredindo. Passa por pessoas novas que estão surgindo no cenário político. Teremos uma eleição provavelmente com vários candidatos novos, que vêm com a mentalidade que São Sebastião tem muito a crescer. São Sebastião é a cidade que vai despontar no cenário estadual. Depende de nós, votando em pessoas certas, exercendo a cidadania e respeitando as instituições. Cada um que vem, deixa a sua contribuição. Vamos ver uma cidade muito melhor, mas depende de cada um de nós, não como políticos, sim como cidadãos.