Casemiro Tércio Carvalho

Meio Ambiente

Engenheiro Naval pela Escola Politécnica da USP, ex-secretário estadual adjunto de Meio Ambiente. Ocupou o cargo de coordenador de Planejamento Ambiental do mesmo órgão de 2007 a julho de 2010. Na administração anterior (2004-2006), foi assessor e depois coordenador de Desenvolvimento e Orientação Estratégica na Casa Civil.
Desde 2011 ocupa o cargo de Diretor Presidente da Companhia Docas de São Sebastião, sendo também Diretor do Departamento Hidroviário, órgãos vinculados à Secretaria de Logística e Transportes do Estado de São Paulo.

Logística Verde: economia sustentável nos transportes

Casemiro Tércio Carvalho, Diretor-Presidente da Companhia Docas de São Sebastião

 

 

Você já se perguntou como os produtos que compramos chegam ao supermercado, ao shopping ou a uma concessionária de veículos?
Muito além dos produtos para consumo, o conceito de sustentabilidade deve ser aplicado também na logística. Um produto com selo verde ou que se intitule sustentável normalmente se baseia na sua composição e na forma de produção. Considera-se se é elaborado com material renovável ou reciclável, se há consumo de energia limpa na fabricação, se as emissões do processo são reduzidas, se as sobras da produção geram menos resíduos, se podem ser recicladas e, até mesmo, se a mão de obra empregada é local e respeita as condições de qualidade de vida. Mas tais selos não se atentam para a logística de como as mercadorias são produzidas ou distribuídas para os consumidores.

Um saco de plástico que utiliza insumos renováveis e é transportado por uma frota de caminhões antigos que soltam fumaça preta, por exemplo, pode ser chamado de “verde”? Os novos consumidores que se intitulam ecológicos acabam se atentando apenas para o rótulo e buscam por produtos que tenham algum apelo sustentável, como biodegradável, reciclável, feito de origem vegetal ou eficiente no consumo de energia e água. Não existe, no entanto, a informação de como foi a distribuição desse produto, quais meios de transportes foram utilizados e, por fim, se a operação logística teve qualidade suficiente para levar aquele artigo até a prateleira do supermercado.

A operação portuária faz parte dessa cadeia. Muitos portos brasileiros que recebem produtos importados ou fabricados em outras regiões do país não apresentam um sistema de gestão ambiental preocupado com a qualidade. A grande maioria nem mesmo está regularizada junto ao órgão ambiental.

Em São Sebastião, temos um porto que recentemente conquistou a certificação internacional ISO 14.001, que atesta a qualidade ambiental da exploração e operação do Porto Organizado de São Sebastião. Isto é motivo de orgulho para toda a comunidade portuária e os sebastianenses, pois se trata do primeiro porto organizado a ter tal reconhecimento. Este trabalho começou em 2011, com a postura da gestão da Companhia, que prioriza o tema ambiental. O planejamento das práticas que tornaram o Porto de São Sebastião o primeiro e o único do país a receber esse reconhecimento internacional serão assuntos das próximas edições.